Mais um dia de sorte
... Não olho para ninguém. Enquanto caminho no meio daquela multidão, limito-me a olhar simplesmente para a frente. Sinto o cheiro do teu perfume, em rápidos segundos tiro a cabeça do chão, olho para o lado e encontro-te, rodeado dos teus amigos e da tua irmã. Os meus olhos encontram-se com os teus, mas logo de seguida desvias o olhar. Mais uma vez não me conseguiste enfrentar. Digo adeus à tua irmã e continuo a andar pelo meio de toda aquela gente. Como se não fosses tu que ali estivesses. Quando parei as minhas pernas e as minhas mãos tremiam, as lágrimas escorriam-me pela cara e o meu coração tivera parado por momentos. A vontade que tive de fazer com que me enfrentasses foi gigante. A vontade de correr para ti, de gritar, de dizer-te tudo aquilo que me tens feito passar, de te dizer que és um fraco e um cobarde, foi enorme. Desejei ter coragem. Mas a vontade de correr para os teus braços, de te abraçar, de dizer que te amava e o quanto sentia a tua falta conseguiu superar tudo o resto.
Mas mais uma vez, tudo se limitou a meros olhares durante breves segundos.
E mais uma vez tive de dizer-te adeus, adeus meu amor.
E mais uma vez tive de dizer-te adeus, adeus meu amor.
Hoje fariamos um ano e meio. E acabei de descobrir que ainda usas a nossa pulseira.